26 fevereiro 2007















Pohutukawas no extremo norte da Península de Coromandel.
Pohutukawa em flor.














Café Colville: Tamara e Michael, empregados do café.














Whitianga: banco com vista para a praia, e para Shakespeare Cliff.
Nas praias da NZ, é comum a existência de bancos e mesas de madeira, para uso dos utentes.














Hot Water Beach: a praia, em toda a sua extensão.
A água quente, que brota do solo, apenas se encontra numa pequena área, visível ao longe, no lado esquerdo da fotografia.














Hot Water Beach: mãos à obra,
à procura de água quente no areal da praia.














Hahei, Cathedral Cove: espaço criado pela natureza,
entre duas pequenas praias.














Whangamata: planta seca ao sabor do vento, na praia.

25 fevereiro 2007















Whangamata: uma praia repleta de conchas.

20 fevereiro 2007

A ILHA DO NORTE – COROMANDEL

De carro alugado, com dez anos de vida e muitos quilómetros, mas também, por dez euros por dia … saio de Auckland, para iniciar a minha volta à NZ.
Primeiro destino, a região de Coromandel, localizada numa península, a leste de Auckland.
As estradas que me conduzem à península de Coromandel, não revelam nenhuma beleza particular, pelo que me concentro na condução do carro, e tento habituar-me à ideia de conduzir no lado errado da estrada, já que a NZ herdou do império britânico esta característica.
Chegado à região de Coromandel, à pequena cidade de Thames, aproveito para parar, abastecer o carro de combustível, muito mais barato que em Portugal, e visitar o posto de turismo da cidade, para escolher o meu destino diário.
A este respeito quero dizer que, os serviços de informação destinados aos turistas, na NZ, estão muito bem organizados, não só porque em todos os postos de informações existem muitos elementos gráficos, de boa qualidade, disponíveis gratuitamente, para além de outros que têm valor comercial, mas também, e sobretudo porque, os postos que visitei até agora na NZ, têm funcionários(as) competentes, simpáticos(as) e prestáveis (obrigado Andrea), características que infelizmente, são cada vez mais raras noutros países.
Acresce ainda o facto de, nos postos da NZ, poderem os visitantes dispor dum conjunto de serviços úteis, grátis (reservas de hotéis, alugueres de automóveis, marcações de excursões, entre outros), para além duma oferta variada de produtos neozelandeses, normalmente procurados pelos turistas.

Continuo a minha viagem ao longo da costa ocidental da península de Coromandel, numa bela estrada junto ao mar (GE), para norte, passando pela também pequena cidade de Coromandel, até chegar a Colville, pequena aldeia onde fico durante três noites, no Colville Bay Motel (http://www.colvillebaymotel.co.nz/).
Para além desta unidade hoteleira, Colville tem uma loja (GE), que vende tudo o que os habitantes podem necessitar, desde produtos alimentares até combustível para viaturas, um bar/restaurante ao lado da loja, sendo que ambos pertencem a uma cooperativa de residentes. Este bar/restaurante é provavelmente o único existente nesta região, num raio de 20 km.
Estranhamente ou não, Colville tem também um centro Budista, Mahamudra Retreat Centre (http://www.mahamudra.org.nz/), onde vivem pessoas de várias nacionalidades, praticantes desta religião.

No primeiro dos dois dias completos que aqui passei, limitei-me a percorrer algumas estradas, em terra, para conhecer melhor a região.
É uma área com uma densidade populacional muito baixa, procurada sobretudo por pescadores, dada a abundância de peixe e marisco.
No lado ocidental da península, as praias são sobretudo rochosas, e com muita pedra solta. Já no lado oriental, existe uma extensa praia de areia clara, com dunas, com vários quilómetros de comprimento, em Waikawau Bay.
No dia em que a visitei, um sábado, em pleno Verão, não estavam mais que umas quinze pessoas em toda a praia. Com poucas pessoas, a meu gosto, aproveitei para esticar as pernas, fazendo um longo passeio.
Quanto à água do mar, pude constatar que a temperatura está no limite inferior da área de conforto para o meu corpo ou seja, um pouco acima dos 20º centígrados. De resto, observei que na areia apenas se vêm conchas e bocados de algas, mas não resíduos de plástico, ou outros detritos humanos.
Neste meu segundo dia em Colville, sábado, naturalmente pensei em jantar no bar local, tal como tinha acontecido na noite anterior. Quando lá cheguei, constatei que estava fechado, pelo que me lembrei duma quinta próxima, que recebe hóspedes na modalidade turismo rural, como possível alternativa para poder jantar, evitando uma longa deslocação de carro até Coromandel Town.
Chegado à Colville Farm, perguntei à proprietária se serviam jantar, ao que ela me respondeu negativamente. Antevendo uma noite de jejum, recebi um convite espontâneo da proprietária da quinta para me juntar à família, que estava naquele momento a jantar, com alguns dos hóspedes.
Embaraçado, agradeci e aceitei o convite.
O jantar era ao ar livre, a comida era simples mas, a simpatia dos anfitriões era cativante.
Por entre a curiosidade dos presentes relativamente à minha viagem pelo mundo, lá consegui saber que a quinta tem uma área superior a 1.200 hectares, e milhares de cabeças de gado bovino e ovino, sendo esta a principal actividade.
Quanto a gado, a NZ tem uma população numerosa de gado das duas espécies atrás referidas, sendo as ovelhas as mais numerosas, com cerca de 60.000.000 de exemplares espalhados pelos pastos do país.

No dia seguinte, tenho programada a minha primeira experiência neozelandesa de um longo passeio pedestre.
No topo nordeste da península, onde não existe qualquer estrada, o terreno pode ser percorrido a pé, no que é conhecido como o Coromandel Coastal Walkway.
Para fazer este percurso, recorro aos serviços duma empresa turística que, a partir da cidade de Coromandel, leva os caminhantes até ao inicio do caminho pedestre, em Fletcher Bay, pelo lado ocidental da península, por uma estrada sinuosa em terra, sempre ao longo da costa. Esta é preenchida por pequenas baías rochosas, bordejadas por árvores frondosas, nativas da NZ, as pohutukawas, que se adaptam a qualquer terreno, crescendo de modo anárquico, adquirindo por isso formas estranhas.
Em Fletcher Bay, a Midge, guia e motorista, mulher local cheia de energia e graça, indicou-nos a entrada para o caminho pedestre. Comigo estão duas jovens mulheres europeias, a Barbara, alemã, e a Karin, sueca.
Juntos percorremos a pé os 7.5 km de costa que nos levam até Stony Bay. O percurso é feito de subidas e descidas, com tempo nublado e ventoso, e chuva miudinha, que nos favorece fisicamente mas, restringe a possibilidade de tirarmos boas fotografias.
Ao fim de quatro horas de caminho, chegamos a Stony Bay, onde nos espera a Midge, com um piquenique. Após o merecido descanso, seguimos viagem, de carro, pela costa oriental, até ao destino, no meu caso Colville.

No dia seguinte, parto de Colville em direcção à cidade de Coromandel, para me encontrar com a Barbara, companheira do passeio do dia anterior, a quem dou boleia até Whitianga, destino do dia para ambos.
Um pouco a norte da cidade de Coromandel, apanhamos a estrada 309, parcialmente em terra, ao longo da qual existem várias atracções naturais. As que nos interessam são as cataratas Waiau, pequena queda de água à qual se acede através dum curto mas belo trilho, e o Kauri Grove, floresta onde vivem algumas árvores kauri. Estas árvores autóctones da NZ, são as maiores (em termos de volume de madeira) que existem no país, e das maiores do mundo.
São árvores muito altas, com troncos bastante largos, que podem viver durante milhares de anos. A mais antiga desta floresta tem cerca de 600 anos de idade, e o seu tronco tem quase dois metros de diâmetro.
Infelizmente, durante o século XIX e início do século XX, as kauri foram dizimadas um pouco por todo o país, para utilização da sua madeira. Hoje, são árvores protegidas.
Para se perceber o cuidado e respeito que a NZ tem pela natureza, neste parque, como em muitos outros, os visitantes caminham sobre estrados de madeira sobrelevados em relação ao solo, para evitar danos às plantas existentes.
Chegados a Whitianga, fui forçado a levar o carro a uma oficina, para confirmar as suspeitas de problemas nos travões. Assim, fico sem carro durante um dia, aproveitando para passear a pé, e conhecer os arredores de Whitianga.
Esta pequena cidade, muito simpática, está localizada junto ao oceano Pacífico, na boca duma profunda enseada, frente a uma enorme baía, Mercury Bay. De Whitianga, cruzo a boca da enseada num pequeno barco que transporta passageiros até ao lado oposto, em menos de cinco minutos, para então caminhar ao longo da costa até um promontório chamado Shakespeare Cliff (GE).
Até lá chegar, passo por uma bela praia, quase deserta, onde me delicio a ver inúmeras conchas espalhadas no areal (GE).
Ao caminhar, sou acompanhado pelo canto forte das cigarras, que me fazem lembrar os meus tempos de infância em Angola. A presença sonora das cigarras tem sido uma constante ao longo de todos os passeios feitos até agora nas áreas naturais da NZ. Imagino que estes insectos estão agora mais activos devido ao Verão.

No dia seguinte, já com o carro reparado, dirijo-me de manhã para sudeste de Whitianga, para visitar uma das principais atracções desta região, a praia Hot Water Beach (GE). O nome desta extensa praia provem de nascentes de águas termais que brotam numa pequena área da praia, sendo possível usufruir das mesmas, apenas num período de duas ou três horas próximo da maré baixa.
Como já calculava, esta atracção leva muitos visitantes a esta praia, pelo que não foi surpresa encontrar dezenas de pessoas à procura da água quente.
De facto, esta foi a única praia onde estive até agora na NZ, que posso dizer com muita gente, para o meu gosto. Muitas das pessoas que lá se encontravam, utilizavam pás para cavar na areia, o que dá um trabalhão, já que o mar se encarregava de devolver a areia.
Depois de apreciar o espectáculo, dirigi-me um pouco para norte, para me deliciar na praia de Hahei, junto à Reserva Marinha Te Whanganui A Hei.
Esta é uma praia à minha medida, extensa, com areia macia e limpa, sombra das árvores pohutukawa, mar com ondas, pequenas ilhas à vista, e pouca gente.
Após um banho refrescante, inicio a caminhada para chegar a Cathedral Cove (GE), outra das principais atracções naturais da região.
Cathedral Cove é uma gruta, ou túnel, de grandes dimensões, escavado na rocha pelo mar (GE). Sendo um túnel, liga duas pequenas praias, às quais se chega por um trilho ao longo da costa, que demora cerca de 45 minutos a percorrer.

É tempo de deixar Whitianga, para viajar para Sul, para Whangamata. A estrada é bastante interessante, sobretudo a partir de Tairua, ladeada por extensos pinhais, sendo os pinheiros altos e esbeltos, de espécie distinta das que temos em Portugal. Aqui, as florestas estão limpas, e os incêndios são raros.
Já próximo de Whangamata, faço um desvio para visitar uma área de praia, Opoutere Beach, considerada Reserva Natural, para protecção duma pequena ave marinha, New Zealand Dotterel, cuja espécie corre riscos de extinção.
Para chegar à praia, com vários quilómetros de extensão, caminho através duma bela floresta de pinheiros, acompanhado pelo canto das cigarras, e de algumas aves.
Ainda antes de chegar ao meu destino do dia, passo por Onemana, pequena área residencial de recente desenvolvimento, junto a uma bela praia.
Chegado a Whangamata, apenas para passar uma noite, escolho a casa Kotuku, de turismo de habitação, onde se encontram os proprietários, Linda (neozelandesa) e Peter (inglês), que me acolhem com simpatia.
Com curiosidade para conhecer a praia local, acompanho os meus anfitriões que para lá se dirigem. Caminhamos a partir da casa Kotuku, localizada num bairro residencial tranquilo, para passados 200 metros, ao virar duma esquina, me deparar com uma magnifica praia fluvial, dum pequeno rio que desagua no oceano num dos extremos da praia de Whangamata.
Caminho ao longo duma das margens do rio – a outra é totalmente ocupada por uma floresta – num relvado cuidado, arborizado, deixando o casal que acompanhava com amigos que encontraram na praia fluvial.
Ao caminhar ao longo do rio, em direcção ao mar, apercebo-me da limpeza do percurso, e estabeleço um paralelo com o que seria este belíssimo espaço, se estivesse por exemplo, em Portugal. Por decoro, escuso-me a descrever os pormenores.
Antes de chegar ao oceano, e à correspondente praia, deparo-me com um cão que acompanha a dona, Donna, Este cão, de raça Rotweiller, tem a particularidade de mergulhar a cabeça dentro de água, por livre iniciativa, deleitando-se a brincar no rio, enquanto a Donna nada.
A praia oceânica, extensa, é uma mina de conchas, o que me entretém por algum tempo, bem como a observação das aves que povoam a praia.
Após regressar a casa, recebo um convite para jantar com a Linda e o Peter, num clube do qual são sócios, situado à beira-mar, no extremo oposto da praia, relativamente à casa deles. Somos acompanhados por um outro casal, também hóspedes da Linda e do Peter, Jean e David, ambos ingleses.
No dia seguinte, despeço-me de Whangamata, com mais um passeio na praia, quase deserta.

Hoje, vou viajar para sudoeste, para o interior, até Hamilton, onde vive a Cecilie, amiga australiana há muito residente na NZ, que conheci em Portugal, há 13 anos. A Cecilie, juntamente com o marido, Gregor, já falecido, é responsável pela minha primeira visita à NZ, em 1994, o que muito estimo.

P.S. – Desde que cheguei à NZ estou a seleccionar algumas fotografias representativas da minha estada neste país, publicando-as na Internet, no GOOGLE EARTH (GE).
Creio que quase todos conhecem o GE, programa que nos permite visualizar qualquer ponto do planeta, através de fotografias feitas a partir de satélites.
Assim, para quem tem acesso ao GE, e queira ver as fotografias que nele publico, podem fazê-lo identificando o símbolo GE nos artigos que publico. Por exemplo, no presente artigo, sinalizei sete locais com o símbolo GE.
Observando no GE as áreas correspondentes, encontrarão um símbolo circular, azul e branco, com uma cruz no interior. Este símbolo funciona como link para uma fotografia de um autor que decidiu publicá-la no GE, através dum programa chamado PANORAMIO.
Todas as fotografias estão devidamente identificadas com os nomes dos respectivos autores, pelo que as minhas apresentam o meu nome, Fernando Moura Machado.
Qualquer comentário que queiram fazer, será como sempre, apreciado.

12 fevereiro 2007












Auckland: vista do centro da cidade, a partir da baía.
Ilha de Waiheke: uma das esculturas em exposição.
Ilha de Waiheke: a Rachel, em treino para o Milford Track, frente a uma das esculturas expostas na ilha.














Ilha Tiritiri Matangi.
AUCKLAND – A CIDADE DAS VELAS

A viagem de São Francisco até Auckland é longa. Segundo as informações prestadas a bordo do Boeing 747 da Air New Zealand, de nome Christchurch, são cerca de 10.600 km, a percorrer em 12.30 horas.
Individualmente, esta é a viagem mais longa de todas as efectuadas desde a minha saída de Lisboa. Sendo uma viagem nocturna, como sempre, quase não consigo dormir. O avião estava cheio mas, apesar disso, o voo foi bastante tranquilo. A maioria dos passageiros ficou “agarrada” aos inúmeros programas audiovisuais do avião, com ecrãs individuais.
Uma particularidade desta viagem, é a de atravessar a linha imaginária que separa os Hemisférios Ocidental e Oriental, que fica próxima da Nova Zelândia (NZ), a oriente. Assim, de uma assentada, viajo do Hemisfério Norte para o do Sul, e do Hemisfério Ocidental para o Oriental, avançando repentinamente um dia no tempo.
Ao chegar à NZ, atinjo também o ponto mais distante de Portugal, já que a NZ se encontra nos antípodas, relativamente a Portugal.

Chegamos a Auckland de manhã muito cedo, ainda de noite. As formalidades alfandegárias são rápidas, apesar de rigorosas, particularmente no que respeita à chamada bio-segurança.
Como a NZ é um território isolado de outras áreas povoadas por espécies animais e vegetais, tem um ecossistema com características muito específicas, que as autoridades neozelandesas tentam preservar a todo o custo.
Assim, qualquer produto que possa interferir no equilíbrio ambiental da NZ, é expressamente proibido de entrar no seu território. Neste grupo, estão incluídos produtos alimentares crus, plantas, madeiras, e animais.
Todos os passageiros que chegam à NZ têm que preencher um documento, com o qual se responsabilizam pelo que transportam. Como toda a bagagem é inspeccionada por aparelhos de raios-X, à chegada, qualquer infracção é severamente punida.

Cansado, saio do aeroporto para me dirigir de imediato a um hotel onde me apresento para receber a chave dum apartamento que aluguei no centro da cidade.
Depois de descansar um pouco, saio para fazer o reconhecimento de Auckland.
Gostaria de referir que, em 1994, estive com a Ana na NZ durante uma semana. Nessa ocasião, não estivemos na cidade de Auckland, tendo apenas utilizado o aeroporto para entrar e sair do país.
Os primeiros contactos com a cidade revelam de imediato uma população heterogénea, do ponto de vista étnico e cultural, com uma percentagem elevada de asiáticos.
Só para ilustrar o que digo, ao sair do aeroporto, dirigi-me à paragem dos táxis, onde estavam vários motoristas a conversar, todos indianos. No hotel, o empregado que me transportou ao edifício onde fiquei alojado, é etíope. O edifício em que estou, com cerca de 150 apartamentos, parece fazer parte duma cidade da China, já que quase todos os residentes são chineses. Aliás, nas redondezas deste edifício, quase todas as lojas são controladas por chineses.
Duas dessas lojas, cafés-internet, estão abertas permanentemente.
De memória, nos restaurantes e cafés onde estive nestes dias passados em Auckland, já conversei com empregados(as) da Roménia, Polónia, Rússia, Escócia, África do Sul, EUA (esta descendente de mãe portuguesa), Argentina, Chile, Filipinas, Afeganistão e outros de que já não me lembro.
Este “melting pot” de Auckland espelha bem a realidade dum país que tem uma população escassa, pouco mais que 4.000.000 de habitantes, e uma densidade populacional muito baixa.
Só para ilustrar melhor a situação demográfica da NZ, refiro que o país tem uma área semelhante às das Ilhas Britânicas e do Japão. Sem precisar quantos habitantes têm estes dois países, é imensa a diferença populacional com a NZ.

A minha chegada a Auckland coincidiu com o fim-de-semana em que se comemora o aniversário da cidade (apenas 167 anos de existência), pelo que algumas festividades estavam em curso.
Logo no segundo dia da minha estada, realizaram-se na baía de Auckland regatas destinadas a todo o tipo de embarcações à vela. Esta cidade é conhecida como a cidade das velas, pelo facto de ter uma grande quantidade de barcos à vela, e pelos seus habitantes serem apaixonados por esta actividade.
Diga-se desde já que, a NZ é o país do mundo que tem o maior número de barcos de recreio per capita.
Assim, para melhor apreciar as regatas comemorativas do aniversário da cidade, atravessei a baía, de barco, até Devonport, e aí caminhei até um promontório chamado North Head, de um dos muitos vulcões extintos desta região.
Devonport, situada a 15 minutos de barco do centro de Auckland, faz parte da área urbana desta, designada de North Shore, e é extremamente agradável, pelo equilíbrio entre a arquitectura e o ambiente.
O percurso até North Head é feito a pé, pelo que observo a grande quantidade de pessoas que se posicionam ao longo da linha de costa para melhor apreciarem os barcos que passam. Contudo, muitas dessas pessoas não se limitam a ver os barcos, mas confraternizam entre si, fazendo piqueniques, como em Portugal já não se faz.
Este é um hábito social perfeitamente enraizado na sociedade neozelandesa, como mais tarde poderei confirmar, noutras ocasiões.
Para além disso, muitas pessoas, adultos e crianças, caminham descalças nos espaços naturais, o que lhes confere uma imagem estranha, a que na Europa não estamos habituados. A meu ver, este gosto por caminhar descalço, tem a ver também com o facto dos neozelandeses terem muito respeito pelo ambiente, e como tal, a natureza está limpa, logo pode ser usufruída de modo mais intimo.
Também, a NZ tem pouquíssimas espécies animais agressivas para o ser humano. Apenas se conhecem duas espécies de aranhas que são venenosas, ambas raras. Uma delas, foi “importada” da Austrália.
Voltando às regatas, North Head é um miradouro privilegiado para observação dos barcos (GE), tendo também uma vista deslumbrante da região.
Depois de me deliciar com a observação das centenas de veleiros que competiam nas regatas, e com os hábitos sociais dos espectadores, regressei ao centro de Auckland, para me dirigir ao local nas docas, onde a equipa de vela da NZ que irá competir na Taça América, está sedeada.
Hoje, a equipa designada Emirates Team New Zealand abriu as portas do seu centro náutico ao público, para se despedir de Auckland, já que todos irão partir para Espanha, para Valência, onde em breve vão começar as regatas da Taça América.
A confiança da equipa nas suas capacidades é tal que, o lema das festas é, “Vamos trazer a Taça América para casa!”.
Milhares de pessoas visitaram o centro náutico da equipa, onde entre muitas informações sobre o projecto, estavam presentes os dois exemplares do novo modelo de barco com o qual a equipa vai competir em Espanha.
Para evitar espionagem das equipas concorrentes, o casco e a quilha das duas embarcações estava oculto.
A cerca de 100 metros de distância das instalações da equipa da NZ, situa-se o centro duma das suas principais concorrentes, a equipa dos EUA, designada como Oracle/BMW.
Esta área portuária é quase exclusivamente dedicada a grandes embarcações de recreio. Não sendo um especialista na matéria, fiquei verdadeiramente impressionado com a qualidade de alguns barcos que ali se encontram acostados.
Dos vários grandes veleiros ali presentes, não posso deixar de destacar o Kokomo (http://www.kokomo.com.au/Superyacht170ft/tabid/62/Default.aspx), lançado à água em 2006, imponente nos seus quase 52 metros de comprimento, com apenas um mastro, de mais de 60 metros de altura. Ao vê-lo, sonhei com uma viagem a bordo.

Para melhor conhecer a cidade (GE x 2), embarco numa visita guiada, que confirma a ideia de que Auckland é uma cidade atraente, maioritariamente horizontal, organizada, com muitas áreas verdes, bem tratadas.
Contrariamente ao modelo de comércio dominante noutros continentes, aqui ainda é o mais importante, o comércio de rua.
No decurso da visita guiada à cidade, tive a oportunidade de visitar o “Kelly Tarlton’s Antarctic Encounter and Underwater World”, local de entretenimento onde podem ser observadas várias espécies animais marinhas, particularmente peixes e pinguins.
Um outro local popular de Auckland, facilmente referenciado, é a Sky Tower, uma torre com 328 metros de altura, que é a construção mais alta do Hemisfério Sul.
Esta torre, que tem várias plataformas acessíveis ao público, duas das quais com restaurantes, sendo um deles giratório, faz parte dum complexo que inclui hotéis e um casino, para além doutros equipamentos.
Uma subida à torre é recomendável, para quem não tenha vertigens, e queira ter uma visão aérea da cidade. Na plataforma onde estive, algumas áreas de pavimento são em vidro transparente, o mesmo acontecendo nos elevadores.

Quanto a museus de arte, a oferta não é grande mas, o Museu de Auckland, de construção clássica, imponente, é uma referência, sobretudo pelo espólio de arte Maori (o povo indígena da NZ), e de outras ilhas do Pacifico Sul.
Aliás, no museu, acontecem diariamente apresentações de cultura maori, feitas por grupos locais.
Este museu está situado num imenso parque urbano, chamado Auckland Domain, onde existem outros equipamentos destinados à população da cidade, tais como áreas relvadas para a prática de alguns desportos, um coreto para espectáculos musicais, no qual actuou, no dia em que lá estive, um grupo de jazz. Tratava-se dum espectáculo gratuito, num domingo, presenciado por muitas centenas de espectadores que, não tendo qualquer estrutura de apoio ao coreto para se sentarem, não se fizeram rogados para se sentarem, ou deitarem na relva, muitas vezes acompanhados por comida e bebida (mais um exemplo do gosto dos neozelandeses por piqueniques), em perfeita comunhão com a natureza e com os músicos.
Neste mesmo parque, existe também um magnífico jardim, com estufas, designado Jardim de Inverno.
Voltando aos museus de Auckland, visitei a Art Gallery, situada numa área central, adjacente ao magnífico Albert Park, pelas suas árvores majestosas, que concentra a colecção de arte (pintura e escultura) mais importante da NZ.

Dos restaurantes visitados, destaco o Soul, um dos restaurantes da moda em Auckland, situado na área portuária mais procurada pelos residentes e visitantes, junto aos iates mais imponentes.
Também interessante é o Mercado de peixe da cidade, bastante limpo, se comparado com os congéneres de Portugal, dentro do qual existem dois restaurantes de peixe e marisco, sendo um deles dedicado à gastronomia japonesa.

Durante a minha estada em Auckland, tive a oportunidade de conhecer um casal neozelandês, residente na cidade, por intermédio duma amiga que reside na cidade de Hamilton, a Cecilie, com quem me encontrarei mais tarde.
A Lisa e o Richard, que já viveram na Europa, em Inglaterra, são apaixonados por viagens. Há poucos anos, quando resolveram regressar à NZ, fizeram-no de modo distinto: viajaram de motocicleta, a partir de Londres, atravessando a Europa e a Ásia. Durante 18 meses, percorreram 70.000 km e visitaram 22 países, coleccionando histórias que guardaram num diário publicado na Internet (http://www.horizonsunlimited.com/tstories/richardandlisa/)
O nosso primeiro encontro decorreu em casa deles, onde jantámos, também na companhia dum sobrinho deles. Naturalmente, as conversas que tivemos abordaram sobretudo as experiências de viagens que temos tido.
Posteriormente, voltámos a encontrar-nos, para viajarmos para a Ilha de Waiheke, que se encontra ao largo de Auckland, para nela passarmos umas horas.
Esta ilha tem uma população residente considerável, parte da qual trabalha na cidade Auckland, que dista apenas 35 minutos de barco.
A ilha é reputada pelas culturas vinícolas e de oliveiras, e pelas actividades artísticas e culturais. Nesta altura, decorria uma interessantíssima manifestação artística denominada “Sculpture on the Gulf” (http://www.sculptureonthegulf.co.nz/), com periodicidade bienal.
Este projecto é destinado a escultores neozelandeses, que apresentam trabalhos expostos ao público em espaços naturais situados numa área costeira da ilha. Este ano, foram apresentadas 26 esculturas, que eram observadas pelo público ao longo dum percurso pedestre de grande beleza paisagística (GE).
Curiosamente, no início do percurso, estava instalado um centro de informações para o público que, para além das informações respeitantes à exposição, oferecia protector solar a quem quisesse. Como dizia o Richard, mais vale gastar algum dinheiro em protector solar, que tratar cancro de pele.
Neste passeio à Ilha de Waiheke participou também a Rachel, amiga da Lisa e do Richard. Todos transportavam grandes mochilas, pesadas, as quais serão utilizadas dentro em pouco para um passeio especial que os três irão fazer à Ilha do Sul. Este chama-se Milford Track, e é o passeio pedestre mais famoso da NZ, também considerado um dos mais bonitos do mundo.
O Milford Track é feito em grupos organizados, seguindo um percurso obrigatório, ao longo de quatro dias e três noites, no sudoeste da Ilha do Sul.
Com grande pena minha, não irei ter esta experiência na íntegra, por receio de não ter capacidade física suficiente, mas mesmo assim, espero poder caminhar durante algumas horas no início do primeiro percurso. Esse grande momento surgirá mais tarde, quando estiver na Ilha do Sul.

A outra ilha da região de Auckland que visitei, foi Tiritiri Matangi (http://www.tiritirimatangi.org.nz/), que é uma de várias ilhas santuário na NZ. Estas destinam-se a proteger espécies animais e vegetais que de outro modo, dificilmente escapariam à extinção.
Tiritiri Matangi (GE) fica a cerca de uma hora de barco a norte de Auckland, e tem uma história recente interessante: Durante muitos anos foi uma ilha explorada por residentes, tanto para actividades agrícolas, como para criação de gado.
As consequências para o ambiente foram nefastas, o que motivou uma conjugação de esforços públicos e privados que levaram à criação da actual reserva/santuário, há pouco mais de vinte anos.
Neste período, foram plantadas na ilha cerca de 300.000 árvores nativas, por voluntários, e introduzidas espécies de aves que se encontravam em vias de extinção, depois de eliminadas as espécies animais predadoras para as aves.
Hoje, vivem em permanência, ou temporariamente na ilha, cerca de 80 espécies de aves, que podem ser observadas mediante visitas guiadas ou não.
No dia em que eu visitei Tiritiri Matangi, terão estado na ilha aproximadamente cem visitantes. As visitas guiadas são conduzidas por guias voluntários, maioritariamente mulheres, normalmente de idade avançada, que se deslocam para a ilha propositadamente.
No meu caso, acompanhado por duas outras pessoas, fomos guiados pela Sue, professora reformada, que conhece muito bem a ilha, tendo participado na reflorestação da mesma.
Para além das aves, e da paisagem, também podem ser observados com frequência, pinguins azuis, espécie de pequena estatura que habita regularmente na ilha.

Não escondo a minha admiração pela NZ, e o desejo de poder um dia, aqui viver.
Assim, aproveitei a oportunidade de estar na maior cidade do país para consultar algumas fontes que me pudessem fornecer informações acerca dos procedimentos para obtenção de autorização de residência na NZ.
Depois de abordar os Serviços de Imigração e uma empresa privada que trabalha na área da imigração, confirmei a ideia de que, caso pretenda obter autorização de residência no país, terei que conseguir um vinculo profissional com uma empresa nacional, após o que poderei solicitar autorização de residência.
Para já, vou prosseguir o meu plano de viagem, no sentido de melhor conhecer o país, após o que tomarei as decisões que melhor me sirvam.
Sendo a NZ um país especial para mim, preparei antecipadamente esta viagem pelo país, antes de iniciar a minha volta ao mundo. Seleccionei um total de 111 locais que tentarei visitar no decorrer dos próximos dois meses, período em que estarei na NZ.
Vou pois iniciar a minha volta à NZ, com as melhores expectativas.

GE - Cinco fotografias publicadas no GOOGLE EARTH.

04 fevereiro 2007















Auckland: área portuária e o centro da cidade.














Devonport, North Head: vista para a cidade de Auckland.














Devonport, North Head: regatas comemorativas do
aniversário de Auckland (29 de Janeiro).














Auckland: regatas comemorativas do
aniversário da cidade (29 de Janeiro).
Auckland: regatas comemorativas do aniversário da cidade
(29 de Janeiro).














Devonport, North Head: placa afixada num banco de jardim.
Auckland, North Shore: a Lisa e o Richard, com o sobrinho, por ocasião dum churrasco de borrego,
na casa deles.














Auckland, Auckland Domain, Winter Garden:
na companhia de quatro mulheres indianas.
NOVA ZELÂNDIA – INTRODUÇÃO

Tendo chegado a Auckland há precisamente uma semana, vou agora apenas informá-los do programa de viagem que tenho organizado para a Nova Zelândia (que de agora em diante passarei a identificar como NZ).
Vou permanecer em Auckland até à próxima sexta-feira, 9 de Fevereiro, quando partirei para então visitar outras regiões do país. Vou começar pela Ilha do Norte, viajando de norte para sul, a partir de Auckland. Quando chegar ao extremo sul da Ilha do Norte, onde se encontra a capital da NZ, Wellington, cruzarei o Estreito de Cook, que separa as duas grandes ilhas, para então percorrer a Ilha do Sul.
Espero demorar cerca de oito semanas a fazer esta viagem pela NZ, pelo que decidi alugar um carro por esse período.
Como quero partilhar convosco o máximo de experiências desta parte da minha viagem pelo mundo, vou tentar publicar todos os domingos, pelo menos algumas fotografias tiradas durante a semana. Hoje publico as da minha primeira semana em Auckland.

03 fevereiro 2007

Denver:
interior do aeroporto.














Denver: Denver Art Museum.














Fort Worth: Modern Art Museum.
Dallas:
Dallas Museum of Art.
Dallas: a Lynn (mãe) e a Kathy (filha), no Nasher Sculpture Center.











São Francisco: conjunto de casas conhecido como "painted ladies".














São Francisco: vista parcial de Union Square.














São Francisco
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – TERRA DA ABUNDÂNCIA (2)
A minha viagem de Tampa para Dallas tem uma escala técnica em Denver, Colorado.
Antes de viajar, sabia que as condições meteorológicas no centro dos EUA não estavam propicias a viagens de avião. Assim, ao chegar a Denver, não fiquei surpreendido quando me informaram que os voos para Dallas estavam cancelados, precisamente devido às condições meteorológicas.
Quando o avião aterrou em Denver, tudo o que a vista alcançava estava coberto de neve. As pistas do aeroporto só estavam transitáveis porque várias viaturas limpa-neve estavam permanentemente a limpar as áreas onde os aviões circulavam. É impressionante como um aeroporto naquelas condições pode manter o tráfego aéreo!
A temperatura exterior, à minha chegada a Denver era de 15º negativos. Nunca tinha estado num local com uma temperatura tão baixa.
Após tratar dos procedimentos para permanecer em Denver, com a companhia aérea United Airlines, fiquei a saber que teria que ali permanecer durante dois dias.
Apesar do frio intenso, decidi aproveitar esta visita inesperada a Denver para conhecer minimamente a cidade.
No dia seguinte, apesar do frio não abrandar, o dia amanheceu com sol e céu azul, o que me encorajou.
Munido das roupas mais quentes que tenho, saí do hotel para apanhar um comboio urbano, recentemente inaugurado, que liga várias áreas da cidade.
No meu caso, o destino foi o centro, Ali chegado, caminhei com cuidado, devido à existência de gelo nos passeios e ruas, para me dirigir ao Denver Art Museum
( http://www.denverartmuseum.org/ ), que tem um novo edifício, há pouco inaugurado, projectado pelo Arquitecto Libeskind, o mesmo que executou o projecto geral de urbanização da área destruída pelos atentados de 2001, em Nova Iorque.
Este edifício recente, foi fácil de encontrar, não apenas porque estava na posse dum mapa da cidade, mas também porque as características dissonantes da arquitectura o destacam do resto da paisagem urbana.
Apenas pude apreciar o exterior do edifício já que, naquele dia, o museu se encontrava encerrado.
Este dia passado em Denver coincidiu com o feriado comemorativo da morte de Martin Luther King, que continua a ser uma referencia para a sociedade norte-americana, sobretudo para os chamados afro-americanos, como pude constatar presenciando uma manifestação que decorreu numa das principais praças públicas de Denver.

No dia seguinte, apesar de se manterem temperaturas bastante baixas, e da neve se ter transformado em gelo, pude viajar para Dallas.
No aeroporto de Denver encontrei pela primeira vez nos EUA, jovens com uniformes militares, que poderão estar em breve, a caminho do Iraque, ou de qualquer das bases militares que os EUA mantêm em diversos países.
Mais tarde, viajando de Dallas para São Francisco, sentei-me ao lado dum militar fardado, com o qual estabeleci contacto, que me referiu estar de partida para a sua primeira missão militar no estrangeiro, na Coreia. Sorte a dele!
Voltando ao aeroporto de Denver, nele encontrei as medidas de segurança mais apertadas que conheci até hoje. Tudo o que eu transportava comigo, foi observado atentamente por vários funcionários, com a ajuda de equipamentos sofisticados.

Chegado a Dallas, tinha à minha espera a Lynn, amiga e ex-colega. É em casa da Lynn que fico hospedado, numa área residencial bastante agradável, próxima do centro da cidade.
Nos poucos dias passados em Dallas, para além de ter tido a oportunidade de reencontrar outros dois ex-colegas, Kathy e Michael, e de estar com uma das filhas da Lynn, Kathy, ocupei o tempo em visitas aos principais museus da cidade, assim como a um dos museus de Fort Worth. A cidade de Fort Worth é vizinha de Dallas, e em conjunto com uma terceira cidade, Irving, formam uma imensa área urbana que dá pelo nome de Metroplex.

Voltando aos museus de Dallas, visitei o Dallas Museum of Art
(http://www.dallasmuseumofart.org/), que já conhecia de visitas anteriores, que possui uma vasta colecção de obras de várias regiões do mundo, e de diversos períodos.
Na mesma área da cidade, encontra-se um museu mais recente, Nasher Sculpture Center (http://www.nashersculpturecenter.org/), dedicado a trabalhos de escultura, expostos em salas interiores e num jardim exterior. Este museu privado, foi projectado pelo Arquitecto Renzo Piano.
Em Fort Worth, visitei o Modern Art Museum (http://www.themodern.org/), há poucos anos instalado num magnífico edifício projectado pelo Arquitecto Tadao Ando.
Este é um projecto exemplar de arquitectura contemporânea, que não segue as tendências mais recentes de formas extravagantes, que caracterizam quase todos os edifícios construídos por museus nos últimos anos.
O conjunto arquitectónico deste museu é de grande simplicidade, e a elegância de formas faz com que seja o edifício mais fotogénico que conheci nos últimos anos.

Ainda em Dallas, pude assistir a um concerto da Orquestra Sinfónica de Dallas
(http://www.dallassymphony.com/), na companhia da Lynn, no magnífico auditório onde a orquestra tem a sua sede.
A orquestra foi conduzida pelo maestro Jun Markl, e teve como solista convidado o pianista Jean-Yves Thibaudet.

De Dallas, parti para a última etapa nos EUA, para São Francisco, na Califórnia, onde nunca tinha estado.
A chegada a São Francisco revelou de imediato uma cidade multiétnica, com uma vida vibrante.
De entre as comunidades de origem estrangeira aqui residentes, destacam-se as asiáticas, que representam cerca de um terço do total da população.
Fiquei hospedado no centro da cidade, uma área recomendável a quem queira fazer compras, já que num raio de poucos quarteirões se encontram quase todas as principais lojas representativas do mercado norte-americano.
Para mim, nesta área da cidade, refiro uma loja que me foi particularmente útil: a loja da Apple, magnifico espaço concebido para a marca apresentar os seus produtos com o estilo particular que se lhe reconhece.
Quando cheguei aos EUA não resisti à tentação de comprar um ipod, para poder ouvir as músicas que aprecio, e minorar a solidão de alguns períodos da viagem.
Como novato no mundo do ipod, aproveitei a estada em São Francisco para poder esclarecer dúvidas e frequentar aulas, ministradas gratuitamente na loja da Apple.
Não apenas pelo que observei nesta loja, mas na cidade em geral, os produtos da Apple, e não apenas os ipod, estão na moda.
Outras duas lojas situadas no centro de São Francisco me foram particularmente agradáveis: The Cheese Cake Factory (http://www.thecheesecakefactory.com/), que como o nome indica, é especialista em “cheese cakes”, uma especialidade norte-americana. Esta é a minha sobremesa preferida nos EUA, pelo que aproveitei para me deliciar com algumas das muitas variedades oferecidas pela casa. Este local, que também funciona como restaurante, é particularmente agradável, já que se situa no topo do edifício da loja Macy’s, em plena Union Square, a praça mais famosa de São Francisco.
A outra loja que me proporcionou muito prazer foi a Kozo Arts (http://www.kozoarts.com/) especializada em produtos de papel, de inspiração japonesa.
Tudo o que esta loja apresenta são produtos de uma elegância extraordinária, desenhados e produzidos pela própria empresa, sedeada em São Francisco.

Os seis dias passados em São Francisco foram em grande parte dedicados a grandes passeios pela cidade, que contrariamente às outras principais cidades norte-americanas, tem condições satisfatórias para as pessoas caminharem, apesar dos desníveis de terreno.
Para além da possibilidade de caminhar, a cidade possui também uma boa rede de transportes públicos, entre os quais os famosos “cable cars”, que percorrem algumas das principais artérias da cidade.
De resto, a cidade está localizada numa área de elevado risco sísmico, tendo poucos edifícios altos, e está distribuída por 43 colinas, o que proporciona vistas amplas.
Para além da vida urbana atraente, São Francisco possui cerca de 3.000 restaurantes, representativos das mais diversas gastronomias, muitos dos quais de excelente nível.
Junto ao oceano Pacífico, a cidade possui uma ampla frente marítima, com inúmeras atracções, como é o caso da ponte Golden Gate, a ilha de Alcatraz, praias de águas frias, e um passeio marítimo bastante frequentado, do qual se observa uma colónia de leões marinhos que ali se estabeleceu.
Quanto a museus, pude visitar três: Asian Art Museum (http://www.asianart.org/), dedicado às artes asiáticas, San Francisco Museum of Modern Art (http://www.sfmoma.org/), e o recente Museu “de Young” (http://www.thinker.org/), delírio arquitectónico criado pelos Arquitectos Herzog & de Meuron, localizado no extenso Golden Gate Park.

Para mim, é tempo de viajar para a Nova Zelândia, o país que mais desejo visitar no decurso desta peregrinação pelo mundo.
Para lá chegar, opto pela forma mais rápida, que é um voo sem escala, de São Francisco para Auckland. São quase 13 horas de viagem, sobre o oceano Pacífico.
Vou regressar ao Hemisfério Sul!