06 julho 2007















Cabo Foulwind, West Coast, Ilha do Sul, Nova Zelândia.
A VOLTA AO MUNDO EM 366 DIAS

Dedico a minha primeira viagem à volta do Mundo ao meu pai, Eduardo, e à minha companheira, Ana, os quais teriam apreciado muitas das experiências que vivi durante esta viagem.

366 dias, 1 ano, foi quanto durou esta volta ao Mundo.
Por ter sido a primeira, ficará na minha memória, e na história da minha vida, como um marco especial.

Antes de começar, fiz muitos planos, para que a viagem decorresse de acordo com as minhas expectativas, e sem percalços maiores.
Agora, concluída que está a viagem, depois de visitar 13 países, 6 dos quais já meus conhecidos de viagens anteriores, faço um balanço pessoal desta experiência invulgar de vida.

Em primeiro lugar, realço o facto de ter estado em viagem durante um ano consecutivo, o mais prolongado que tive até hoje, o que me obrigou a esforços invulgares, para manter um ritmo de viagem correspondente ao plano inicialmente traçado, e a alterações de hábitos de vida incompatíveis com o estilo nómada entretanto adoptado.
As alterações verificadas permitiram-me não apenas optimizar o modelo de vida escolhido para viajar, mas também compreender que não preciso de tantos bens materiais como aqueles de que dispus no passado, para viver confortavelmente.

Desde o período de preparação desta viagem que defini alguns objectivos importantes, que condicionaram as minhas escolhas, e sobre os quais faço os seguintes comentários:
- A possibilidade de visitar amigos(as) que já não via há bastante tempo, alguns deles há vários anos, assim como familiares residentes no Brasil que nunca havia visitado.
Foi muito agradável ter tido a oportunidade de estar durante alguns meses, no total do ano em que estive a viajar, com amigos(as) e os meus familiares, com os quais partilhei muitos e bons momentos, tendo sido muito bem acolhido por todos.
- Muitos dos locais visitados são referências naturais e culturais da humanidade, o que me permitiu aprofundar a minha relação com o mundo natural, e compreender melhor a importância de algumas culturas com as quais convivi.
No que à natureza diz respeito, para além da infinita beleza e bem-estar que me proporcionou, pude observar os riscos e danos, muitas vezes irreparáveis, quase sempre provocados pela espécie humana, principal responsável por muitos dos problemas ambientais que o mundo enfrenta.
Hoje, penso compreender melhor a importância do equilíbrio ambiental para a sobrevivência de muitas espécies, e a insignificância da vida humana, enquanto factor gerador de desequilíbrios que, em última instancia, poderão colocar em perigo a sobrevivência da própria espécie humana em várias regiões do mundo.
Para mim, a mãe natureza merece o maior respeito, e a ela dedico a minha vida.
- Quando à partida defini a Nova Zelândia como o país de maior interesse na minha rota, fi-lo com base numa anterior visita, e em muita informação entretanto compilada.
Hoje, depois de lá ter vivido durante 74 dias, não tenho dúvidas em afirmar que a Nova Zelândia é o meu país preferido no mundo, por um conjunto de razões já anteriormente expostas, e que com ela pretendo manter uma relação tão próxima quanto possível, seja como visitante ou como residente.

Para além dos aspectos anteriormente identificados, refiro a fortuna de ter vivido como um nómada durante um ano, sem ter tido problemas sérios que pudessem afectar negativamente o desenrolar da minha vida, e a felicidade de ter conhecido muitas pessoas interessantes, em todos os países onde estive, que me enriqueceram, por ter tido a oportunidade de com elas partilhar tempo e experiências de vida valiosas.
Com muitas destas pessoas, agora amigos(as), mantenho contactos mais ou menos regulares, sobretudo graças à facilidade de comunicação pela Internet, meio prodigioso que se encontra ao alcance de quase todos, em quase todos os cantos do mundo.

Por último, o estado geral do mundo que conheci. À parte raras excepções, das quais a Nova Zelândia está à cabeça, o mundo que visitei está em situação de crise profunda.
Desde profundos desequilíbrios sociais e económicos, a baixos níveis culturais e de educação, a preocupantes problemas ambientais, a um consumo absurdo de recursos naturais e bens materiais, tudo transformou vastas regiões do mundo num estado de caos permanente, que não augura nada de positivo para as sociedades.

Quanto ao meu futuro, agora que já passou um mês desde que voltei a Portugal, prevejo continuar a viver como um nómada, enquanto não tiver responsabilidades que me obriguem a alterar este estilo de vida.
Em Portugal ficarei nos próximos meses, podendo entretanto efectuar algumas viagens para países não muito distantes, sobretudo para visitar amigos(as).
Mais tarde, talvez no primeiro Trimestre de 2008, poderei iniciar uma nova longa viagem, com programa por enquanto em análise.
As diversidades do Mundo estimulam-me a viajar.