14 junho 2007

SINGAPURA

A viagem de Sidney para Singapura é longa, cerca de oito horas, e é a primeira de duas que faço com a Singapore Airlines. Esta é habitualmente considerada a melhor de todas as companhias aéreas, no que concerne ao serviço de bordo oferecido aos passageiros.
Como eu viajo em classe económica, “cattle class” como dizem na NZ, não espero nada de extraordinário mas sim, apenas um serviço atencioso. É exactamente aquilo que a Singapore Airlines proporciona aos passageiros. Num voo quase cheio, no ainda maior avião de passageiros, o Boeing 747, somos atendidos com a maior deferência por hospedeiras elegantes, com uma apresentação irrepreensível. As hospedeiras da Singapore Airlines são um dos símbolos desta empresa, pelos atributos atrás referidos, e pelo profissionalismo no desempenho da sua missão.

Depois de sobrevoarmos a Austrália, o que leva algumas horas, dada a dimensão do território, e o imenso arquipélago da Indonésia, aterramos no extremo sul da Península da Malásia, onde se encontra Singapura.
Os procedimentos de saída do aeroporto são rápidos, o que aliado a outros factores, faz com que este aeroporto seja considerado um dos melhores, senão o melhor do mundo.
Como dias depois voltei ao mesmo aeroporto, para viajar para a África do Sul, pude aquilatar melhor as qualidades, tais como uma área comercial de grandes dimensões, com excelentes lojas, dois belos jardins interiores, um com palmeiras e outro com orquídeas, e ambos com lagos com peixes, para além de inúmeros serviços gratuitos ao dispor dos passageiros – computadores com acesso à Internet, sala de cinema, etc.

Do aeroporto até à cidade começo a aperceber-me da justeza da imagem de Singapura, como estado organizado e seguro, o que nos tempos correntes são qualidades raras e valiosas.
Singapura é um país recente, dissidente da Malásia, pelo que culturalmente tem laços importantes com o vizinho do norte. Em termos étnicos, para além da população de origem malaia, tem importantes comunidades de origem chinesa e indiana, para além de muitas outras, que fazem deste pequeno país com cerca de 4.000.000 de habitantes (tantos como a NZ) quase um milagre.
Apesar das diferenças culturais e religiosas da sociedade, todos vivem em comunhão, respeitando-se mutuamente, num país com uma ordem social exemplar e baixos índices de criminalidade.

Para lá das características sociais assinaladas, sobressai a vida comercial de Singapura. De todas as cidades que conheço, nenhuma tem tanta quantidade, e poucas têm a qualidade da oferta comercial de Singapura.
Os centros comerciais, segundo o conceito moderno, sucedem-se, particularmente no centro da cidade. Existem áreas comerciais para todos os gostos, como por exemplo, centros comerciais especializados em produtos electrónicos, ou lojas tão particulares como a da Lacoste, que só vende acessórios, mas não roupa, ou da Calvin Klein, apenas de roupa interior.
Num passeio que fiz, percorri vários centros comerciais sem ter que utilizar as ruas da cidade, já que os mesmos estão interligados por passagens subterrâneas.
Mas, nem só os modernos centros comerciais atraem a atenção dos visitantes de Singapura.
Aqui existe um dos hotéis mais famosos do mundo, pela sua história, qualidade e elegância. É o Hotel Raffles, construído por quatro imigrantes arménios, irmãos, em 1887. Ao longo da sua história, o Raffles tem recebido inúmeras personalidades, e proporcionado histórias que o tornaram lendário.
Hoje, poucos anos depois de ter sido renovado, o Raffles oferece também aos visitantes uma magnífica galeria comercial, a Raffles Hotel Árcade, com lojas de qualidade, na qual existe um museu dedicado à história do hotel.

À parte a intensa vida comercial, Singapura dispõe de outros atractivos, como excelentes restaurantes, particularmente de gastronomias asiáticas.
Nos três dias que lá passei, visitei dois deles, um especializado em cozinha da região de Sichuan, na China, e um outro no Jardim Botânico.
Este jardim, belíssimo, está organizado por áreas temáticas, interligadas por equipamentos culturais e comerciais. De todas as áreas do jardim, aquela que merece maior destaque é o Jardim de Orquídeas, absolutamente deslumbrante, tal é a variedade e qualidade das plantas desta espécie em exposição. Para além das inúmeras variedades de orquídeas tradicionais, este jardim desenvolve espécies híbridas que são posteriormente baptizadas com nomes de personalidades destacadas que visitam Singapura. Estas encontram-se em exposição numa área identificada como VIP.

A minha estada em Singapura serviu sobretudo para me preparar para a viagem para a África do Sul, onde estarei durante cerca de um mês.
Tendo nascido em África, em Angola, onde vivi os meus primeiros dezoito anos, e partido para a Europa há trinta e três anos, é com alguma emoção que me preparo para regressar à região que me viu nascer.

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